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    Renato Campos

    24 de Agosto de 2008 por Renato Campos

    kobe_e_campeao_olimpico Quando a sirene tocou na Arena Wukesong, os americanos explodiram em festa.

    A comemoração tímida de outros tempos deu lugar à rodinha eufórica no centro da quadra. Desta vez, os Estados Unidos sabiam exatamente a dimensão do ouro. E foram buscá-lo numa final espetacular contra a Espanha, digna dos melhores momentos do basquete olímpico.

    O placar de 118 a 107 pode dar a entender que foi uma vitória fácil, mas ela saiu a duras penas, graças à brava equipe espanhola. O cestinha foi Dwyane Wade, com 27 pontos, mas o herói do título chama-se Kobe Bryant. O craque do Los Angeles Lakers anotou 20 pontos, sendo 13 no quarto período, quando mostrou por que é considerado o melhor do planeta.

    Companheiro de Kobe nos Lakers, Pau Gasol comandou a Espanha com 21 pontos, mas o posto de cestinha do time ficou com Rudy Fernandez, que anotou 22.

    Espanha jamais se entregou

    O jogo começou equilibrado e, acima de tudo, tenso. Apesar do placar alto nos primeiros minutos, as duas equipes tentavam apertar a marcação. Tanto que Kobe e LeBron logo cometeram duas faltas, e o espanhol Raul Lopez fez três. Com seus dois maiores craques no banco, os americanos deram a bola a Wade, que fez 13 pontos e fechou a parcial em 38 a 31.


    A vantagem pulou para 10 pontos logo no início do segundo período. Kobe voltou e, sozinho, fez logo 5 a 0. Parecia que o abismo ia se abrir, mas a Espanha usou sua experiência para reduzir a diferença para seis. O placar virou uma sanfona, com os americanos esticando até 14 e os europeus reduzindo novamente. Na saída para o intervalo, 69 a 61.

    O primeiro tempo tenso se refletiu no número de faltas. Os espanhóis Lopez, Reyes e Fernandez já tinham três, enquanto seis americanos tinham duas. Em clima de final olímpica, alguns atletas exageraram na dose. Sobraram tapas, cotoveladas e trombadas.

    Segundo tempo eletrizante

    Na volta para o terceiro período, quando os americanos geralmente deslancham, aconteceu exatamente o contrário. A Espanha viveu seu melhor momento na partida e cortou a diferença para quatro pontos. Pau Gasol teve a chance de reduzir para dois, mas errou uma bandeja.
    Apesar de um vacilo aqui e outro ali, as duas seleções conseguiam manter um ótimo aproveitamento nos arremessos. Na marca de 2m30 para o fim, a vantagem subiu para 10. Com uma cesta de Juan Carlos Navarro no segundo final, o placar ficou em 91 a 82.

    Os astros da NBA sentiram a pressão no início do quarto período. Uma ponte aérea de Pau Gasol e um tiro de três de Fernandez cortaram a diferença para apenas dois pontos. Foi aí, na hora mais difícil, que apareceu Kobe Bryant.

    O craque tinha apenas sete pontos até o início do último quarto, quando decidiu a partida. A três minutos do fim, um lance emblemático da redenção. Ele acertou uma bola de três e ainda sofreu a falta. Com a expressão fechada, levou a mão ao rosto e pediu silêncio. A Espanha não atendeu e continuou pressionando, mas Wade voltou a acertar de longa distância, abrindo sete pontos a dois minutos do fim.

    A partir dali, bastou controlar a vantagem para, enfim, festejar o ouro olímpico e a redenção.


    Depois dos fracassos, a glória

    Desde o início do torneio, a seleção americana sabia que o ouro era fundamental para recuperar o prestígio. As derrotas nos Mundiais de 2002 e 2006, além do fiasco nas Olimpíadas de Atenas-2004, deram ao time um sentido de urgência em Pequim. Com o projeto de três anos implantado pelo cartola Jerry Colangelo, os jogadores finalmente abraçaram a causa.

    Kobe, que não participou dos fracassos, integrou o time em 2007 para o Pré-Olímpico de Las Vegas. Desde então, não perdeu nenhum jogo e se mostrou fundamental na corrida do ouro.

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