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    mitch_kupchak_fala_sobre_yue Confira a entrevista feita pelo site Lakers.com com o GM do Lakers Mitch Kupchak, que falou sobre o Chinês Sun Yue.

    Lakers.com: Qual tem sido o processo em trazer Sun para o Lakers.

    MK: Nós escolhemos ele um ano atrás e nosso sentimento naquele tempo era que tínhamos 2 escolhas de segunda rodada, com a outra sendo Marc Gasol, nos sentimos que se escolhêssemos jogadores que não são do nosso país nos poderíamos encorajá-los a jogar internacionalmente porque nós realmente não tínhamos espaço em nosso elenco para 2007'08 e se tivéssemos escolhidos jogadores americanos, eles provavelmente teriam ido para o camp e nós provavelmente teríamos que cortá-los, mesmo que tivessem ido muito bem. Então, decidimos escolher jogadores que poderíamos convencer a jogar na Europa ou, no caso do Sun, na China, porque o nosso elenco não tinha tanta flexibilidade e no caso de Sun, pensamos que ele precisaria de mais um ano para ele crescer como jogador. Já Marc Gasol, ele teve outro ano muito bom na Europa. Nós também sabíamos que teríamos mais espaço no elenco para esta temporada.

    Você não pode ter essas discussões com os jogadores até você ter escolhido ele e inicialmente, quando eles haviam sido escolhidos, eles estavam pensando que eles poderiam estar no Lakers no ano passado, mas quanto mais nós falávamos com eles sobre o elenco e encorajávamos eles a jogarem em outros continentes, ele assimilaram que seria a melhor coisa para eles também. Claro que trocamos Marc Gasol quando trouxemos Pau, irmão dele, e eu acho que Marc tem tudo para ser um grande jogador. Jogadores europeus são diferentes, e ele terá que prvar isso neste ano, mas acho que ele tem chances de ficar por muitos anos nessa liga. O Memphis também queria Sun na troca, mas nós queríamos manter pelo menos um dos dois e então o Memphis preferiu o Marc e ficamos felizes em poder ficar com Sun Yue, porque gostamos dele quando o escolhemos. Ronnie Lester foi para Singapura em janeiro para vê-lo jogar e indicou que poderíamos ter um boa perspectiva com ele.

    Baseado no que indicamos para eles um ano atrás, iniciamos as conversas para trazer Yue neste ano.Foi um processo um pouco árduo porque nunca tínhamos negociado com jogadores da Ásia, neste caso da China, até então. Já negociamos com jogadores e times europeus, mas nunca com um jogador chinês. As dificuldades são maiores.

    Em algumas negociações, você admira esse tipo de caráter possessivo e tem de agir de forma muito respeitosa do modo como eles olham para seus jogadores. Foi um processo bastante longo e, em última instância, os documentos necessários nos arquivamos com a FIBA (órgão que governa o basquete internacional). Quando tem que lidar com um jogador que está cumprindo um contrato com uma equipe internacional, eles tem que cortar as relações com essa equipe, com a FIBA tendo que enviar uma carta para a NBA dizendo que ele não está mais sobre contrato com nenhuma outra equipe e então você pode assinar com ele. Este é um processo que literalmente leva algumas semanas, quase meses para ser finalizado. Isso mostrou uma grande paciência por parte de Jim. O advogado em Washington DC foi incrivelmente útil para retratar os nossos interesses e como fizemos negócio com a equipe da China e foi capaz de transmitir-lhes aquilo que era necessário para Sun tornar-se um Lakers.

    Existem certas regras que existem apenas com alguns jogadores que tem vindo da China para a NBA e o time com o qual estávamos negociando nunca tinha enviado um jogador antes, portanto o processo para eles era bastante novo. Além disso, algumas de nossas regras não fazem sentido nem se você for um americano, então você tem de convencê-los que é uma regra que você tem de cumprir tendo sentido ou não, e que faz parte do processo.

    Finalmente nós conseguimos a carta de liberação. Tudo isso aconteceu após termos feito o acordo com Sun. A negociação dos acordos, que eu fiz com o agente, foi relativamente simples. Normalmente esta é a pior parte do acordo, fazer o jogador assinar o contrato, mas neste caso, foi a parte mais fácil. Conseguir a carta de liberação e convencer com o a NBA e a FIBA fazer os negócios e ter certeza de que os donos do time de Aoshe entenderam tudo foi muito difícil. Foi a pior parte. Porém, Jim Perzik e os advogados em Washington DC fizeram um bom trabalho.

    Isso ocorreu a maios ou menos duas ou três semanas atrás. Agora, estamos lidando com o problema do visto. Então você vê o trabalho que um jogador de segunda escolha no Draft q que pode ou não continuar no time nos deu.

    Pelo que entendi, ele estava na embaixada americana no último dia 17, quarta-feira, e, pelo que entendi, ele conseguiu o visto. Estamos esperando que ele possa chegar aqui entre esta e a próxima semana, antes do início do Training Camp.

    Lakers.com: Você pode tirar algum proveito da experiência que o Rockets teve com Yao ou que o Bucks teve com Yi, ou foi algo totalmente novo porque os times eram diferentes?

    MK: Realmente foi um processo novo. Os times europeus são muito familiares com a gente os contratos deles tem algumas clausulas, além de que todos os GMs da Europa já negociam com jogadores dos times deles para virem para a America a um bom tempo. Devem ter 3 ou 4 chineses por lá e nem todo time já fez um negócio assim, então foi algo novo para eles. Basicamente eles tiveram que desistir de todos os direitos que eles tinham conseguido em vários anos, então, nós tivemos a oportunidade de ver Sun Yue jogar aqui no verão. Talvez eles chamaram o time que Yao costumava jogar ou o time que Yi costumava jogar e disse, "Ouça, isso é o que o Lakers está me dizendo. É assim que realmente é?". Eles devem ter feito isso, eu faria, mas as nossas regras são perseverantes com a liga e lá não havia outro modo de conseguir a liberação, mas mais uma vez Jim foi capaz de resolver estes problemas e acho que o time de Aosehn ficou satisfeito com o final das negociações.

    Lakers.com: Agora que ele está contratado e tem passaporte, estas são as maiores dificuldades no momento e ele é um jogador normal ou ainda existem adaptações específicas para serem realizadas no futuro?

    MK: Eu acho que acabaram. O idioma é sempre um problema, mas ele fala um bom Inglês. Eu tive algumas conversas com ele em muitas ocasiões e falamos com ele há duas semanas pelo telefone logo após contratá-lo, e o entrevistamos dois anos atrás no draft e seu Inglês é muito bom. Eu entendo cada palavra que ele fala, ele entende tudo o que digo e mesmo assim ele se desculpava, pois estava nervoso e que seu inglês era bem melhor, mas eu achava que estava tudo bem.

    Numa quadra de basquete é muito mais fácil se comunicar. A maioria das coisas é universal, então, acho que será muito mais tranqüilo para ele. Mas a língua é sempre um problema, porém, não pensamos que será uma grande preocupação. Provavelmente nós teremos que verificar a possibilidade de ter um tutor, ou um intérprete, apenas para casos específicos, mas não estamos prevendo dificuldades. Quando contratamos Slava Medvedenko seis ou sete anos atrás da Ucrânia, ele não entendia uma palavra sequer em Inglês. Eu acho que Sun Yue se dará muito bem.

    A outra coisa que, invariavelmente irá criar alguns problemas, apesar de não ter grande importância, mas acredito que deve ser considerada como incomum por muitos de nós aqui em Los Angeles, é que ele não dirige. Ele não tem carteira de habilitação. Sendo assim, teremos que realizar algumas adaptações para que ele possa ir aonde quiser. Acho que ele tem que vir para cá com alguém que o ajude, mas isso não é um grande problema para nós, contanto que ele vá aos treinos e jogos. Eventualmente, ele terá que aprender a dirigir.

    Lakers.com: Sua integração no time será mais fácil porque nós já temos muitos jogadores internacionais na equipe ou isso não tem tanta relevância já que ele é da Ásia e os outros jogadores da Europa?

    MK: Eu não vejo problemas. Muitos dos nossos jogadores estrangeiros vieram da Europa, DJ Mbenga é do Congo, mas foi criado na Bélgica. Não vejo problemas. Acho que ele vai se integrar a nossa comunidade. Existe muito asiático, principalmente chinês aqui em Los Angeles. Ele fala Inglês e é muito simpático, tem um grande senso de humor. Eu perguntei para ele como queria ser chamado, se seria Sun ou Soon, e ele disse: "Bem, meu apelido é Q-Tip". Então, perguntei a ele: "Bom, como devo chamá-lo?", e ele falou: "Olha, você pode me chamar de Q-Tip ou de Q".

    Sendo assim, não vejo grandes dificuldades. Ele é rápido e muito enérgico. Acredito que nossos jogadores não terão problemas em acomodá-lo. Agora, ele precisa entrar no time, ganhar o respeito dos colegas, então, terá o tratamento de um novato no primeiro mês do campeonato. Mas se ele conseguir impor sua personalidade, e do meu ponto de vista sobre isso, eu não vejo ele encontrando problemas.

    Lakers.com: Você acha que o fato de Aoshen ter jogado em L.A. por um ano (campeonato de 2006'07), irá ajudá-lo?

    MK: Absolutamente. Ajudou muito com seu Inglês. Eles ficaram muito mais na parte Sul em Long Beach, mas tenho certeza que eles saíram e passaram algum tempo em Los Angeles e foram a jogos no Staples Center, sendo assim, acho que isso contribuiu positivamente.

    Lakers.com: Falando como um jogador de basquete, quanto irá demorar para ele se desenvolver? Que tipo de desafios e competições ele teve até agora?

    MK: Ele jogou internacionalmente e também nas Olimpíadas neste verão, que é uma competição de primeira grandeza, e jogou muito bem. No ano passado, o time dele me parece que rompeu com a CBA (Associação de Chinesa de Basquete), e eles jogaram em Cingapura, trouxeram times americanos para enfrentar, e muitos destes times eram do nível ou similar à nossa D-League. Então, eu não acho que o ano passado foi bom em termos de disputa, competição. Ele jogou bastante, todo dia. E a competição neste verão foi muito melhor.

    Eu conversei com Kobe na semana passada, porque o time americano jogou contra a China, e Kobe disse que sabia quem era este jogador. Falou que era competitivo e brigador, que não desistia nunca. Citou que era bom atleticamente e que tinha uma boa estatura, boa habilidade. Falou que era um armador de mais de 2,06m. Isso tudo é muito positivo, mas ele não jogou ainda neste nível (Olimpíadas) e se apresentou bem, mas a NBA é um jogo diferente. Ele irá encontrar desafios que nunca imaginou antes, mas não acho que irá se acovardar. Acredito que irá aceitar o desafio e no final, se for bom o bastante após 28 dias de treinos e jogos de pré-temporada, saberemos sobre isso e ele irá fazer parte do time. Não é algo que irá se resolver para nós em uma semana ou duas, alguns ficam sabendo em uma semana se são bons o bastante, mas, se você está com o time treinando por 28 dias, nós saberemos e ele também (se é bom o bastante).

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